A toda a equipa do programa que tão carinhosamente me tratou, muito obrigada. A todos vós, pessoas que caminham lado a lado comigo neste Mega Dream todos os dias, um abraço cheio de gratidão.
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A toda a equipa do programa que tão carinhosamente me tratou, muito obrigada. A todos vós, pessoas que caminham lado a lado comigo neste Mega Dream todos os dias, um abraço cheio de gratidão.
Hoje, no programa “Querida Júlia”, na Sic, quando virem entrar uma miúda de olhos esbugalhados, a tremer por todos os lados, com um ar de pânico e a gaguejar, yep, sou eu. Com a carrada de nervos com que estou se me der um treco em directo, então aí sim, temos um grande momento televisivo. Que o Senhor esteja comigo e vocês também.
21000 euros, querido mecenas. 21000 euros, ali, pagos directamente aos Senhores do Colégio da Europa. Please.
Ao Pedro e ao João que estiveram cá em casa a gravar, dizer-vos que aquele bolo estava uma treta, bem sei, mas vocês foram inexcedíveis. Um abraço aos dois, pelo carinho, pela ajuda e pela boa disposição.
Pessoas todas queridas que estão à espera de um e-mail meu, de um envelope meu, de uma encomenda minha, de qualquer coisa meu: tende um bocadinho de paciência. A maior parte das encomendas já chegou e os restantes artigos cedidos pelos embaixadores estão a chegar. Esta semana tem sido uma loucura. Um virote completo. Amanhã tenho cá em casa os senhores da televisão a filmar. Ainda não sei quando é que vai aparecer mas assim que souber aviso.
Tudo isto para vos dizer que esta que vos escreve anda a dormir uma média de quatro horas por noite mas até sexta-feira, no limite até domingo que vem, todos vós terão notícias minhas.
Pessoas que se impressionam facilmente: no dia [ainda não sei qual é] em que a reportagem sobre nós passar na televisão façam-me o favor de se precaver. É que com umas olheiras até aos joelhos, este ar cadavérico e um tom amarelo bexigoso, vai que vocês apanham um susto daqueles valentes e eu cá não quero ser responsabilizada. Depois não digam que não avisei.
Acabámos de receber um telefonema de uma estação de televisão. Dizem que querem contar a nossa história. Ai que nervos, pá. Que nervos. Assim que souber mais pormenores venho aqui para vos contar.
Mecenas, todo querido, será que é desta que alguém decide apostar em nós e nos ajuda a pagar as propinas lá do Colégio da Europa. Queremos tanto ir estudar para Bruges. Vamos lá, minha gente, vamos lá. Venham daí essas boas vibrações.
À Susana Paula, jornalista da Agência Lusa, o nosso muito obrigada. A todos vós, pessoas a quem eu nunca vi ou abracei mas que fizeram e fazem este sonho acontecer todos os dias, aquele abraço com afecto que se dá a quem nos quer bem. Por fim e pela enésima vez dizer o seguinte a algumas pessoas a quem este meu mega dream faz comichão:
- Eu estou a vender o que é meu [bem como as ofertas que os embaixadores do projecto decidem voluntariamente fazer] para ir estudar para Bruges. Não preciso de implantes mamários para nada, livra.
- Eu estudei no meu país, sim. Duas licenciaturas, três pós graduações e nenhuma delas concluída a um domingo. Se a primeira licenciatura foi patrocinada pelos pais e concluída com 21 anos [lá em casa quem chumbasse ia trabalhar na hora] toda a restante formação foi paga por mim já a trabalhar. Amén pelos subsídios de Natal e de Férias. Dizer também que ter dois empregos e estudar à noite é possível e não mata ninguém. Eu pelo menos não morri. Há sempre uma altura em que o cansaço acusa [e muito] mas nada que não se consiga contornar com esforço e entrega. E é possível fazê-lo durante anos a fio.
- Eu não vivo em casa dos meus pais vai para mais de uma década nem eles me sustentam. Cá em casa só entra um ordenado, o meu, para o bem e para o mal. E também não tenho telemóveis topo de gama, para que conste. O meu custou-me dez euros numa promoção e serve lindamente. Mas se alguém estiver interessado é dizer, faz-se já negócio. O bicho tem cinco anos, as teclas todas e funciona que é uma maravilha.
- A “bomba” que está estacionada à porta de casa é da marca Fiat, tem quinze anos e é vermelho [como as papoilas]. Foi comprado em quinta mão com um subsídio de férias. Toda a gente diz que aquilo faz uns barulhos esquisitos mas nada a que uma pessoa não se possa habituar ao fim de alguns meses. E as marcas de ferrugem dão-lhe assim um ar retro. Verdade seja dita, pode ficar destrancado em qualquer lugar. Nunca houve amigo do alheio que se interessasse pela viatura. Havendo interessados no maquinão, também temos negócio.
- O gato é meu, sim. Não o fui ali buscar a um asilo para fazer figura. É meu, vai comigo e é assumido que ou vamos os dois ou não vai ninguém. Eu não abandono os animais que acolho, estamos entendidos.
- Hoje sou funcionária pública, é verdade. Shame on me que trabalho para o Estado. Mas se quiserem falar-me de recibos verdes anos a fio, do que é bater a tudo quanto é porta e nenhuma se abrir, do responder a propostas de emprego atrás de propostas de emprego e não aparecer nada, de trabalhar e não receber o ordenado ao fim do mês [aliás não ver o ordenado, ponto], de andar de estágio em estágio, de contratos em contratos, estão à vontade. Conheço essa realidade de trás para a frente. Mas, e sem falsos moralismos, deixem-me dizer-vos que não houve uma única experiência profissional que não me tivesse ensinado algo por muito precária que fosse. Acresce que não consigo perceber muito bem qual a correlação entre esta minha ousadia de querer aperfeiçoar a minha formação e a precariedade em que tantos outros jovens se encontram do ponto de vista profissional.
Em tempo de guerra, há quem chore e quem venda lenços. Eu estou a vender o que é meu com a ajuda e o carinho de todos os que ousaram acreditar em mim e neste meu projecto. Tão simples quanto isso. Em suma, eu sou uma miúda perfeitamente normal com um gato e um sonho. Nem uma coitada nem uma malvada. Apenas uma miúda banal, com um gato e um sonho, que um dia se determinou a ir mais longe na vida e pediu ajuda a todos os que por aqui passavam. Só isso.
* A quem divulgou este nosso Mega Dream, bem-haja pela ajuda. A notícia no:
Sapo [uma palavra de carinho para esta equipa tão especial]
** E, já agora, para sossego dos espíritos mais inquietos dizer também que esta luta para me libertar desse malfadado vício do tabaco se mantém. Não vos digo que nos dias de maior ansiedade não me vergo a um cigarro, é verdade sim. Mas esta é uma luta diária e em curso. Lá há-de chegar o dia em que poderei bater com a mãozinha no peito e gritar “Free at last, free at last. I thank God I'm free at last”. Até lá, um dia de cada vez.
Porque a adversidade maior não reside nos outros mas cá dentro. As lutas travam-se cá dentro. Dentro do peito. E é aqui que se ganham.
[Obrigada São]
Tem dias em que o meu e-mail vira um verdadeiro ponto de encontro onde as conversas se cruzam. Assim, tal qual como se estivéssemos sentados à mesa do café entre amigos. Eu sei que ultimamente nem sempre consigo responder em tempo útil, eu sei. Mas também sei que vocês percebem que ando sempre a mil.
Aqui há tempos a Manuela perguntou-me se por acaso não haveria por aí alguém que tivesse [e não se importasse de vender] ou soubesse onde comprar dois livros que procura faz tempo. Eu não os tenho, não. Mas sei, isso sim, o que é procurar um livro durante oito anos e a alegria de finalmente o encontrar.
Deixo-vos aqui a indicação dos livros que a Manuela procura. Qualquer informação que tenham é deixar na caixa de comentários ou passar lá pelo e-mail.
1) Manual Prático de Horticultura, do autor Richard Bird; Editorial Estampa.
2) O Grande Livro da Costura das Selecções do Reader's Digest.
Quando fizerem as vossas ofertas lá na caixa de comentários, deixem-me o vosso e-mail para que no fim de cada leilão eu vos possa contactar. Não tem nada que saber. Exemplo:
Olá Maria. Eu sou a Albertina. Ofereço 20 gatos pelo artigo X e o meu e-mail de contacto é: albertina-quer-livros-bons-e-baratos@gmail.com
Só serão válidas as ofertas onde conste o e-mail de quem licitou.
* Pessoas que já me contactaram e estão à espera de um e-mail meu: de hoje não passa. Nem que seja de madrugada.
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