No dia 15 de Maio de 2010 escrevia-se assim
Explicar a razão de ser de um sonho que acalentamos desde criança é quase tão complicado quanto explicarmos a essência de que somos feitos. Eu nunca quis ser polícia, artista de circo, super-herói. Nunca partilhei as vocações dos outros meninos porque eu, desde que me lembro se ser gente, que digo que quero correr o mundo. É este o meu sonho: correr o mundo. Lembro-me de as pessoas comentarem que eu era uma menina com a mania das grandezas e de os meus pais responderem “isso passa-lhe”. Lembro-me do primeiro Atlas que o meu avô me ofereceu e de me ensinar os nomes dos países. Lembro-me de a Professora Manuela, no liceu, dizer que eu daria uma belíssima médica e de na Faculdade se fazerem apostas em como seria a primeira do grupo a ascender à magistratura. Lembro-me de a minha avó me dizer que de um sonho não se desiste, não se abre mão, custe o que custar e leve o tempo que levar.
Hoje, continuo a acalentar o mesmo sonho com a vontade redobrada de quem investiu e investe tudo o que tinha e tem nele. Toda a formação, todo o dinheiro, todo o tempo, o melhor de mim, mesmo nos momentos em que parece que nada faz sentido e em que equacionamos se não seria mais fácil, menos duro, sonhar outra coisa qualquer. O meu sonho tem um nome. Chama-se ONU e um dia, um dia, eu hei-de cumpri-lo.