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No dia em que este presente me chegou às mãos, logo pela manhã, comovi-me. Não que eu seja uma mulher de choro fácil, que não sou,
Mariquitas é ela, mas porque este embrulho guardava o melhor que há nas pessoas do bem. Com ele, vinha a amizade, o carinho, a entrega e a dedicação, a solidariedade, o ajudar só porque sim e a ternura. A ternura plasmada em cada detalhe, cada pormenor, pensados com amor.
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A ternura que acontece pelas mãos de uma criança num desenho cuidadosamente feito. A ternura de quem, lá longe, ousou sonhar connosco e deu o melhor de si. Pessoas como o cunhado da
Mariquitas, o marido da
Mariquitas [que a mulher envolveu a família toda nisto], pessoas como a filha do Sr. Cibrão, o dono da estamparia de Barcelos e todos aqueles funcionários que, depois de um dia de trabalho, ficaram até mais tarde só para que este presente me chegasse às mãos. Um deles é meu, o outro será para licitar. E não, desta vez sem valor base, porque [desculpem-me os demais] há coisas que não têm preço. E esta é uma delas.
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Gostava, isso sim, que a pessoa que viesse a ficar com ele, o conseguisse guardar com a mesma ternura com que nos foi oferecido.
Mariquitas, tu és uma mulher muito especial e tens uma família extraordinária. Dá um abraço por mim a cada um deles, sim.
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