Cara Daniela,

Se o sonho da sua vida é tirar um MBA nos EUA, acredite que lhe desejo as maiores felicidades e se houver algo que eu possa fazer para a ajudar a lá chegar, pode contar comigo.

Dizer-lhe, também, que trabalho desde os 18 anos de idade [tenho 36], que ter dois empregos e estudar em simultâneo não mata ninguém [eu sou o exemplo vivo disso mesmo] e que contrair um empréstimo foi, de facto, uma hipótese equacionada mas que se revelou inviável uma vez que o apartamento onde vivo [e que será o último bem a ser vendido] foi adquirido com recurso ao crédito bancário, pelo que a sobreposição de créditos obrigaria a que o empréstimo em causa atingisse valores perfeitamente exorbitantes. Posto isto, vender o produto de quinze anos de trabalho foi a solução que se me afigurou como sendo a mais viável. Sem dramas, sem crises, até porque as pessoas não são as coisas que têm mas os projectos que acalentam.

Quanto à perspectiva de se socorrer, tal como refere, do acto de escrever um texto comovente, sabe Daniela, não adianta nem tal a levará a lado algum. Basta que seja honesta com as pessoas que a lêem, basta que os outros percebam que o seu sonho, o seu projecto e o seu esforço são sérios e, garanto-lhe, não faltará gente boa e de coração a querer ajudá-la.

Aliás, bastaria ter lido de uma forma um pouco mais atenta a razão de ser deste projecto e como tudo começou, para perceber o que aqui lhe digo, evitando, deste modo, adjectivar de "parvos", algo por si só tão inconveniente e descabido, pessoas que tão pouco conhece. Permita-me, já agora e por fim, dizer-lhe que há formas bem mais felizes de exprimirmos a nossa discordância, em relação ao que quer que seja, nos blogues dos outros.

Com os melhores cumprimentos.

Maria

Se me tivessem dito há dois anos que o chegar a Bruges passaria por vender o que levei quinze anos a construir eu teria dito que estava tudo doido, que o mundo era um lugar estranho e que a droga andava a fazer das suas. Só que a vida, a vida muitas vezes coloca-nos entre a espada e a parede, entre o ficar e o ir lá longe para nos cumprirmos e é aí, pessoas, é aí que a essência de que somos feitos se revela. Mas, também, se há três meses me tivessem dito que este meu sonho viria a ser acarinhado por tanta gente que não me conhecendo, nunca me tendo visto ainda assim não hesitou em estender a mão, o mais certo era ter-me saído um “no way, não pode ser”. Mas pode. Pode e há gente disposta a fazer parte deste mega dream das mais variadas formas. Por isso é que Bruges, Bruges, vai acontecer.

Woman Cozinha fácil – até ao momento: 1,50€ AF

Segredos de Cozinha – Compilação de revistas de culinária – até ao momento: 8,50€ A Dama
Marguerite Duras – É tudo – até ao momento: 18€ Ana
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M. Scott Peck – O caminho menos percorrido – até ao momento: 8 € Maria Nunes

Dulce Neto – Difícil é sentá-los, a educação de Marçal Grilo – valor base: 10 € SEM LICITAÇÃO

Fernando Alves – Sinais – valor base: 10 € SEM LICITAÇÃO

Eduardo Barroso – Coragem, Eduardo – até ao momento: 11 € Bunny

José António Saraiva – Confissões de um director de jornal – valor base: 10 € SEM LICITAÇÃO

António Alçada Baptista – O tecido do Outono – até ao momento: 12 € Schmetterling

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João Lobo Antunes – Numa cidade Feliz – até ao momento: 13 € Alex
Dan Brown – O símbolo perdido – até ao momento: 14,50€ Sónia

Anda por aí tanta gente do bem, gente entusiasmada com este nosso mega dream, mas que deixa aquele pensamento do “oh pá, eu até divulgava mas ninguém me lê”, falar mais alto. E isso não faz sentido. Não faz sentido, primeiro, porque em bom rigor são sempre muitos mais os que nos lêem do que aqueles que pensamos e, depois, não faz sentido porque, só para terem uma ideia,  foi precisamente depois de ler este post que uma editora me contactou a felicitar-me pelo projecto e a oferecer uns quantos livros para licitar, só porque tinham gosto em associar-se ao projecto. Percebem agora porque é que todos são importantes. Além do mais, o carinho e o entusiasmo não se medem pelo número de seguidores online. Certo.

Vocês vivem todos em apartamentos, vivendas, moradias e afins certo. Ora se assim é isto significa que todos vós tendes vizinhos, sim. Ora se todos vós tendes vizinhos podemos deduzir que estes têm caixa de correio, faz sentido, não. Ora se todos eles têm caixas de correio e se vocês vão dormir a casa [nem que seja de vez em quando], que me dizem da ideia “vou imprimir o folheto maravilha e enfiá-lo na caixa do correio do vizinho”. E, reparem bem, a dar-se o caso de no andar de cima viver aquele(a) vizinho(a) lindo(a) de cair para o lado, eis que quando se encontrarem vocês já têm forma de meter conversa, assim do tipo “oh vizinho(a) também teve conhecimento daquela miúda com um gato que está a vender tudo para ir estudar”. Vá lá pessoas, não me digam que isto não é uma boa técnica de fazer novas amizades, an.

Começar de novo é a história da nossa vida. Mas há dias em que isto já cansa. Esta coisa do FB, bom esta coisa do FB só tem uma de duas soluções: ou desato para aqui ao pontapé e entrego-me ao chorrilho de vernáculos que vão desde o inho ao ão ou, então, lanço mão dos amigos para voltar a pôr aquilo de pé.

Take us to Bruges é chegar e fazer like.

* Eu quero e preciso acreditar que, no fim, as pessoas de bem se erguem. Até porque algumas das ideias que discuti com o André, da Torke, passavam precisamente pelo FB. Eu quero e preciso acreditar que aqueles dois mil e tal amigos não se perderam.

Confesso que esta FB thing, talvez em virtude do cansaço e das férias que teimam em não chegar, ontem fez mossa. Mas a verdade é que nem eu nem o gato nos podemos dar ao luxo de nos entregarmos às agruras da vida. Se queremos pertencer à turma do Colégio que começará as aulas em Setembro de 2011, só temos é que nos fazer à vida e agarrarmo-nos às pessoas que nos querem bem e que estão dispostas a ajudar-nos. Todos vós, a quem tanto agradeço.

* Duas palavras para duas pessoas que hoje, em particular, seguraram nas minhas mãos sem talvez terem tido percepção disso mesmo: à Glitering dar-lhe um abraço daqueles que só se dão aos amigos [o resto, como sempre, fica cá entre nós], à Pepita de Chocolate dizer-lhe que há dias em que a tal confiança que nos reconhecem tem por origem a fé dos outros em nós. Hoje foi um desses dias.

** Enquanto houver estrada para andar, nós vamos continuar. E quando deixar de haver estrada para andar, nós arregaçamos as mangas e construímos uma.